sexta-feira, dezembro 31, 2010

quinta-feira, dezembro 30, 2010

Os riscos de uma vida sem medo

Lesão no cérebro conduz paciente a comportamento atípico


Paciente nunca reage face ao medo.
Uma equipa do Departamento de Neurologia da Universidade do Iowa (EUA) estuda, há já vários anos, o caso particular de uma mulher que sofre de uma lesão no cérebro e cuja estrutura implica a incapacidade de sentir emoções, como medo, por exemplo. Os investigadores, entre os quais se encontra o português António Damásio, já tentaram expô-la a todo o tipo de situações: cobras, aranhas, filmes de terror e até a um edifício alegadamente assombrado. Tudo em vão.

As amígdalas – pequenas estruturas arredondadas, em forma de amêndoa, localizadas muito próximas do hipocampo – desta paciente (designada pelas iniciais SM) foram danificadas por uma doença e parece ser esta a origem do seu comportamento atípico. Geralmente, as amígdalas são capazes de desencadear a ‘cascata’ bioquímica que permite ao organismo reagir face ao medo.
Os neurocientistas Ralph Adolphs, Daniel Tranel ou António Damásio foram incapazes de ler qualquer receio no seu rosto, aquando de diversas observações. Mesmo que consiga demonstrar emoções como alegria, tristeza ou desgosto, nunca se assusta.

Apesar de não gostar de aranhas e serpentes e os vendedores a alertarem sobre a perigosidade dos animais, SM consegue mesmo tocar numa cobra perigosa ou numa tarântula sem manifestar qualquer reacção negativa, segundo escreveram os cientistas na Current Biology - onde se juntou o investigador Justin S. Feinstein.

A equipa de estudo referiu ainda que a paciente não usa qualquer tipo de estratégia para evitar o medo, e que pelo contrário, é uma “sorte” ela continuar viva por se expor a todo o tipo de situações. As observações permitiram salientar a importância do papel das amígdalas na percepção do medo, concluem, mas avançam que estudar um único indivíduo é muito pouco para tirar conclusões definitivas.

sábado, dezembro 25, 2010

FELICIDADE e IDADE

A edicao de 16 de Dezembro do Economist trazia um artigo muito interessante sobre a curva da felicidade e do bem-estar ao longo da vida. Foram feitos estudos por vàrias envisages, entre elas a America’s General Social Survey, Eurobarometer e Gallup.
A conclusao é q a curva da felicidade tem a forma de um U. Nos países desenvolvidos, o pico do U ( isto é, a idade média da maior infelicidade) são os 46 anos!
Ao que parece, com a idade as pessoas passam a apreciar coisas a que não ligavam antes, a não ligarem tanto a outras e a zangarem-se menos.
Cito:
"Enjoyment and happiness dip in middle age, then pick up; stress rises during the early 20s, then falls sharply; worry peaks in middle age, and falls sharply thereafter; anger declines throughout life; sadness rises slightly in middle age, and falls thereafter".
A Prof. Laura Carstensen, da Stanford University, diz o seguinte:
"Because the old know they are closer to death (...) they grow better at living for the present. They come to focus on things that matter now—such as feelings—and less on long-term goals. When young people look at older people, they think how terrifying it must be to be nearing the end of your life. But older people know what matters most.”

Mas vale a pena ler o artigo completo. Podem encontrá-lo em: http://www.economist.com/node/17722567?Story_ID=17722567

sexta-feira, dezembro 10, 2010

SUICÍDIOS E HOMICÍDIOS

Acabei de ler em

http://www.huffingtonpost.com/marina-picciotto/depression-treatment-new-advances_b_793454.html?utm_source=DailyBrief&utm_campaign=121010&utm_medium=email&utm_content=BlogEntry&utm_term=Daily+Brief

que o numero de suicîdios nos EUA é quase o dobro do numero de homicídios.
Sabendo-se que existe uma relação intensa entre a depressão profunda e o suicidio, estes numeros dão que pensar.
Vivemos tempos difîceis, e a Europa não é excepção, antes pelo contrário. No nosso paîs, existe a agravante de uma taxa de desemprego muito elevada, com tendência para aumentar. E as perspectivas de crescimento económico, única saîda para a crise, não são brilhantes.
Devemos baixar os braços? Não. Pelo contràrio, temos de fazer melhor aquilo que fazemos e adquirir novas competências. Temos de ser exigentes com nós próprios e com quem escolhemos para governar - acho que já ninguém duvida de que a incompetência e a irresponsabilidade foram longe demais. E não é só de agora.

domingo, outubro 10, 2010

EM CASA DOS PAIS

O Eurostat publicou uns números interessantes (disponíveis no site) sobre a percentagem de jovens adultos, na UE, q vivem com os pais. Portugal surge como um dos campeões, com 47,6% dos homens entre 25 e 34 anos a viverem com os pais. Mas há pior, como a Bulgaria, a Eslovenia e Eslováquia. Já nos países nórdicos a independência parece que se conquista cedo.
Haverá razoes económicas, certamente. Mas tenho para mim que muito disto é cultural. Ai, as maezinhas... E os filhos acomodados...

quarta-feira, outubro 06, 2010

Festival de cinema

A programação da VIII edição do Doclisboa já está disponível. Ao longo de 11 dias (14 a 24 de Outubro) serão exibidos 203 filmes, em dez salas na Culturgest, nos Cinemas São Jorge, Londres, City Classic Alvalade e na Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema.

Especial destaque para o documentário biográfico sobre a grande pessoa, o grande pedagogo e médico psicanalista que foi João dos Santos, tão bem retratado por Tiago Pereira e Sofia Ponte.
Vale a pena ver este filme composto por excertos de vídeos e dizeres de João dos Santos, intercalados por comentários de quem teve o privilégio de o conhecer.
O nome do filme é Photomaton - Retratos de João dos Santos e vai ser transmitido dia 19 deste mês às 18:00h no cinema Londres, sala 1.

sábado, setembro 25, 2010

Musica para inspirar

Aqi vai uma sugestao musical para o vosso fim-de-semana.
Esta obra de Vangelis é mesmo muito inspiradora.

MYTHODEA: Movement 9

http://www.youtube.com/watch?v=AqXlbUzgGQE&feature=related

quinta-feira, setembro 23, 2010

Workshop Musicodrama em Lisboa “Do Corpo da Música à Música do Corpo - Modos de Usar"


O termo Musicodrama foi criado pelos formadores para definir um tipo
de Psicodrama que recorre com frequência à utilização de música, pelo
que este workshop permite uma experiência teórica e vivêncial sobre o
potencial dramático que tem o uso de música numa sessão de Psicodrama.

O Espaço Na Rua da Prata vai realizar no dia 25 de Setembro um Workshop de Musicodrama Do Corpo da Música à Música do Corpo - Modos de Usar, dirigido por Fernando Rato e Maria João Sousa e Brito das 10.00 às 13.00 (3 horas de duração), na Rua da Prata, 250, 3º Esq.

Inscrição - 25 €
Para efectuar a inscrição e/ou saber mais detalhes enviei um email para na.rua.da.prata@gmail.com

quarta-feira, setembro 22, 2010

Os neurónios "imitadores"

Mais uma espantosa descoberta sobre a nossa fantástica "caixa negra".

http://www.ted.com/talks/vs_ramachandran_the_neurons_that_shaped_civilization.html

quinta-feira, setembro 16, 2010

DIVERSÃO EM CONJUNTO

Recomendo a leitura da crónica de hj, no i, do pediatra Paulo Oom. Nem sempre estou de acordo com ele, mas na de hoje acho excelente, sobre a importancia da diver são em conjunto na educação das crianças.

http://www.ionline.pt/conteudo/78682-a-diversao-tambem-ajuda-educar

domingo, setembro 12, 2010

RUMOR BRANCO

Rumor Branco foi o título de um livro publicado no início dos anos setenta por um autor notável, que misteriosamente parou de escrever, de seu nome Almeida Faria.
Mas o rumor branco de que hoje ia falar tem a ver com uma outra questão.Na net aparece designado por "ruído branco" (white noise) e designa um som que, sendo confortável, é suposto abafar ruídos desagradáveis que venham do exterior.
Este verão, diante de um barulho verdadeiramente perturbador que vinha da rua, durante a noite, estive a fazer uma pesquisa na net e encontrei à venda uns aparelhos, que podem ser encomendados online e que supostamente emitem um ruído constante que abafará os outros. Aparentemente, são usados no quarto de dormir, numa sala de conferências, nos escritorios como forma de conferir alguma privacidade a chamadas telefonicas que estejam a decorrer, etc.
Acabei por decidir produzir o meu próprio ruído branco com o aparelho de ar condicionado, o que me evitou as noites em claro mas não impediu de pensar na enorme falta de respeito que demonstramos uns pelos outros no nosso dia-a-dia. Com total impunidade, pelo menos neste país ( na Bélgica sei de boa fonte que não é assim).
Mas este intrigante conceito de ruído branco pode ser estendido à esfera psicológica. Quantos de nós não temos uma ou outra pessoa à nossa volta cujo "ruído" é invasivo e insuportável?
Há que saber criar, dentro de nós, um rumor branco para esses casos.

quarta-feira, setembro 08, 2010

AS EXPRESSÕES FACIAIS DOS BÉBÉS

A Dra. Harriet Oster vem à nossa (dizem) gentil capital conduzir um workshor sobre as expressões faciais dos bébés.
O workshop será em Outubro.

Link em:

http://LisbonBabyFACS.blogspot.com/

(por razoes misteriosas não consigo inserir o link aqui do iPhone, terão de fazer o copy paste)

terça-feira, setembro 07, 2010


Investigadores americanos quiseram actualizar a antiga e conhecida pirâmide das necessidades de Maslow (1940). O seu estudo foi publicado na revista Perspectives on psychological Sciences e o seu autor principal, Douglas Kenrick, quis reformular a referida pirâmide à luz das mais recentes descobertas nos diversos campos da ciência como a psicologia do desenvolvimento, a psicologia evolutiva e as neuro-ciências.


Na nova pirâmide proposta por este conjunto de investigadores, podemos ver que os quatro primeiros níveis se mantêm praticamente idênticos aos da pirâmide original de Maslow. As modificações principais e também controversas reportam-se aos últimos níveis superiores onde a necessidade de realização pessoal ou auto-actualização foi substituída pela necessidade de aquisição de um parceiro sexual/amoroso, a sua retenção e, por fim, no pico da pirâmide, a necessidade de parentalidade.

Para mais detalhes pode ser consultado o artigo original ou o artigo francês que anuncia o original. Este último pode ser encontrado no seguinte link:

Sexo depois do parto

O sexo depois do parto.

É um assunto pouco falado, mas de importância maior.
O retorno a uma vida sexual saudável depois do parto nem sempre é fácil e é, muitas vezes, complicada por questões físicas objectivas.

Encontrei no "O Portal do seu bebé" um artigo interessante e de facil leitura sobre o tema que vale a pena ler.

segunda-feira, agosto 23, 2010

PORQUE É QUE NÃO CRESCEM?

O New York Times publicou recentemente um excelente artigo sobre este fenómeno relativamente recente: os jovens cada vez saem mais tarde de casa dos pais,  tornam-se  (quando se tornam) cada vez mais tarde financeiramente independentes, casam ou arranjam companheiros mais tarde, têm filhos mais tarde. Nos USA, a idade média do casamento aumentou 5 anos no espaço de uma geração.
Os sociólogos definem a passagem à idade adulta, como: acabar a formacao escolar, deixar a casa dos pais, tornar-se financeiramente independente, constituir família e ter um filho.
Curiosamente, o conceito de adolescência é mto recente, surge no sec. XX. Talvez seja preciso inventar agora uma nova palavra para esta fase em que já não se é adolescente para tb não adulto. Alguns psicólogos e sociólogos sugerem a expressãp "emerging adulthood" para esta espécie de pré-adultícia que cada vez mais se prolonga para além, não dos vinte, mas dos trinta anos.
O artigo, que vale a pena ler na integra em

http://www.nytimes.com/2010/08/22/magazine/22Adulthood-t.html?_r=3&adxnnlx=1282395630-wV7x29FxxAmVZAILVWjcrw&pagewanted=print

aponta para variadas razões, tanto económicas como culturais.
A mim parece-me que este fenómeno se enquadra numa outra questão mais alargada, que é a da progressiva infantilização das nossas sociedades. Estamos todos (e aqui incluo a minha geração, a dos chamados baby-boomers, que nascem já no sossego do pós-guerra) cada vez menos responsáveis e menos accountable (palavra que não existe em português - e não é por acaso).
Mas o que é mais triste é que cada vez mais o mal estar das pessoas tem a ver com  uma desmotivação, uma falta de vontade, um desinteresse, que às vezes pode nem chegar a ser uma depressão, tal como era classicamente definida.

sábado, agosto 21, 2010

BLOGAR E COMUNICAR

Começo já por assumir: sim, tenho escrito menos neste blog. E não foi apenas por causa das férias. Eu explico.
Antes, eu escrevia os posts num laptop. Recentemente , a minha vida mudou: comprei um iPhone ( ofereceram-mo, vá...). Faço tudo com ele, à excepção de alguns trabalhos mais académicos q exijam PowerPoint ou um programa de texto mais elaborado. O meu MAC portátil transformou-se numa espécie de mãe de todos, e reside agora, qual computador fixo, na sala, ligado ao écran LCD onde vejo os filmes e series da televisão.
Agora, em vez de arrastar com o MAC num trolley, ando com o iPhone no bolso das calças ou na mala.
Nele posso ler e escrever os mails, tuitar, passar pelo Facebook, ler os jornais, escrever pequenos textos e até ler os meus poemas preferidos, desde que o Kindle Store, da Amazon, passou a ter uma aplicação para esse efeito. Não satisfeita com isso, tiro fotografias e vídeos, faço desenhos, transformo caras (com a aplicação fatbooth, hilariante).
Até ando a escrever pequenos contos, que um dia espero publicar. São as chamadas short short stories, contos muito curtos, para ler de um trago.
E então, porque não blogo mais? É aqui que sou obrigada a reconhecer que nem o meu iPhone é perfeito. É q eu gosto, ou gostava, de colocar uma fotografia alusiva nos posts. E isso é que agora não consigo fazer. O dashboard para os blogs do Google não têm essa opção, pelo menos aqui no iPhone.
Estive a reflectir e acho que mais vale continuar a escrever sem fotos. O óptimo é inimigo do bom, como diz o ditado.
Segue em breve um post sobre o prolongamento da adolescência, um problema actual e que diz respeito a todos nós. Até já.

terça-feira, agosto 10, 2010

A origem


Fui ver este filme e se no inicio me pareceu muito disparatado, acabou por me surpreender e divertir. Na verdade o argumento é um emaranhado de construções meio loucas em torno dos processos mentais e dos sonhos, como via de acesso ao inconsciente. Vale a pena ver.
Gostei especialmente da representação da culpa, uma sacaninha persecutória e enlouquecedora alojada nas profundezas da mente.

segunda-feira, julho 12, 2010

GRANDE IDEIA!


 O jornal i tem diariamente uma pequena secção em uma pessoa é convidada a formular uma ideia para Portugal.
Na de hoje, Maria do Rosário Pedreira, editora de um grande grupo editorial, sugere o seguinte:

"Todos os dias vejo outdoors, folhetos, correspondência, tabuletas, toldos, ementas, jornais e revistas com erros de ortografia, pontuação e concordância; sendo responsáveis pela propagação destes erros, as empresas que os cometem deveriam pagar uma multa (ainda que simbólica), cujo valor remetesse para instutuições ligadas à educação".

Ora aqui está uma grande ideia, que talvez pudesse estancar a temível poluição gramatical e contribuir para ajudar o depauperado orçamento de Estado. Eu não me importo de pagar cada vez que me enganar a escrever neste e noutros blogues, se isso puder ajudar a despoluir o ambiente.

domingo, julho 11, 2010

GOSTAR DO QUE SE FAZ

Passo a citar de um jornal diário de ontem o seguinte trecho de um artigo com entrevistas:

E o que faz um bom [profissional nesta área]? 
Acima de tudo, gostar disto. Ajuda-nos a estar motivados. É uma carreira em que nos é pedida muita persistência e criatividade (...).
E um grande sentido de responsabilidade, capacidade para gerir, no imediato, situações de forma equilibrada em momentos de grande stresse.

De que área de actividade se trata?
De um banco? De um jornal?  De uma estação de televisão? De um quartel de bombeiros?  De uma sociedade corretora?

Errado, errado, errado.
Trata-se de um artigo sobre a Polícia Judiciária e a admissão de novos inspectores (licenciados em direito, psicologia, sociologia, engenharia, etc).

Palavras-chave: GOSTAR DISTO

Sem motivação, não se vai lá. E criatividade, e resiliência.
Boa, PJ!

quinta-feira, julho 08, 2010

ESTE PAÍS É PARA VELHOS?

                                 (photo credits: scrapetv)

Li esta fim de semana uma notícia bastante mal redigida, mas em que ressaltava a seguinte informação: de acordo com uma sondagem, os jovens portugueses considerariam que a velhice começava aos 51 anos! Acresce que no resto da Europa a idade indicada pelos jovens é muito superior, dizia também a tal notícia.
É certo que não sabemos sequer que idade têm estes jovens da amostra. Serão crianças? (caso em que seria mais compreensível). Mas vamos supôr que não são, que terão entre 18 e 25 anos, por exemplo. Onde diabo terão eles ido buscar esta ideia de aos 50 anos se ser um velho?
Depois de muito matutar, concluí que só pode ser por culpa dos pais. Ou seja, é provável que ouvindo os pais, tios, etc, a queixarem-se interminavelmente de que a reforma nunca mais chega, e outras lamúrias do género, tenham formado esta extraordinária concepção de uma velhice prematura.
Já aqui tenho várias vezes falado desta tendência que nós temos para não gostarmos do que fazemos. Ou melhor: parece que não fazemos o que gostamos. E por que será?
Fracas escolhas na escolha da área de estudos? Poucas escolhas profissionais? Falta de brio? Desmotivação? Ética de trabalho deficiente? Patrões e chefes chatos? Concepção do trabalho como "emprego"?
Eis algo que nos devia fazer pensar.

quarta-feira, julho 07, 2010

Adultério e apredejamento

Actualmente, em países como o Irão, ainda se continuam a punir de forma selvática e sem escrúpulos crimes como o adultério. É o caso de uma mulher que depois de ter sido torturada para confessar que tinha cometido adultério, está agora seriamente em risco de ser sentenciada à morte por apedrejamento - alerta uma activista iraniana defensora dos direitos humanos. Segundo o procedimento descrito no código civil iraniano, Sakineh, o nome desta mulher mãe de 2 filhos, devrá ser enterrada até ao peito e apedrejada sadicamente até à morte com pedras que não a matem de imediato.
Afinal de contas, alguns hábitos culturais relatados na Bíblia sagrada continuam a estar perfeitamente em voga em algumas culturas. Resta saber se precisaremos de outro(s) Messia(s) para "combater", pelo amor, as desigualdades, injustíças, sofrimento e ódio humanos.

quarta-feira, junho 16, 2010

Exposição de Fotografia Periferias



Nem dentro nem fora: na periferia. À margem. Quase isso, mas nem tanto. Na fronteira. Na berma. Definindo-se não por si mesmo mas pela proximidade ao outro. Próximo por oposição ao distante, mas distante, diferente, na relação com o próximo. Ambíguo. Marginal.
Mas nunca nada é apenas central. Neste Universo em que tudo se relaciona com tudo, poderá residir nas periferias o nó da comunicação?
Decidimos explorar este tema no trabalho deste ano, congregando projectos de diversas áreas e vertentes numa lógica expositiva conjunta que permita revelar semelhanças e aperceber padrões, lançando as bases de uma reflexão estrutural sobre as nossas acções e públicos, sobre a própria forma de definir, pensar e fazer intervenção social.
Poderá a imagem fotográfica, com o seu imenso potencial enquanto representação material de ideias, levar-nos a um distanciamento do tema e ajudar-nos a olhar para ele de outra forma, descobrindo novas dimensões e novas posturas?
MEF – Movimento de Expressão Fotográfica

A Inauguração da Exposição será no próximo dia 18 ás 21 horas no Campo Grande n.º 185.

segunda-feira, junho 14, 2010



FPAT
Rua José Estêvão, 137, 2.º - 1169-058 Lisboa
Tel.: 217 931 668/ Fax: 217 97 07 48
E-mail: fpat@iol.pt, Webpage: http://www.fpat.pt/

domingo, junho 13, 2010

INOVAÇÃO E CONFUSÃO

http://thoughtleadershipleverage.com/2010/04/embracing-confusion/

A leitura deste post de Peter Winick é muito interessante. O autor argumenta que se uma pessoa conseguir ultrapassar os minutos iniciais de uma situaçao de confusão mental, estarão criadas as condiçoes para a inovação.
Em psicanalise chamamos "capacidade negativa" a essa capacidade de tolerar a frustraçao de nao saber ou nao conseguir perceber ( a expressao vem dum verso do poeta inglês Keats). Às vezes parece que se perde o pé, é verdade, e o mundo parece incompreensível. A capacidade de pensar do ser humano, no entanto, é notável. E da confusao, como diz o ditado, nasce a luz. Ou seja, às vezes é preciso senturmos uma enorme sensação de confusão, para podermos avançar.

quarta-feira, maio 26, 2010

Histórias Sobre Mim


Histórias sobre mim
A fotografia nunca abandonou a sua relação histórica com a prática do retrato. A condição de se relacionar com o real de um modo científico – óptico, químico, mecanicamente fracturante – eliminou, assim se convencionou, o erro da interpretação humana. O retrato, livre então da subjectividade pela objectiva (da) câmara, cristalizaria rostos, que se tornariam objectos de mnemónica.
A imagem que se cria separa dois lados: o de cá e o de lá. O retratado e o observador que, apesar dessa fronteira entre espaços, se entreolham num ricochete constante. Pressupõem, contudo, algumas regras prévias: que antes, fotógrafo e personagem se encontrem no mesmo espaço e no mesmo tempo.
Em «histórias sobre mim», Carla Cabanas revisita temas que lhe são queridos: a memória e o retrato. Nesse encontro com o retratado a câmara torna-se num gravador que regista toda a resposta ao pedido “conta uma história sobre mim”. A “pin hole” não utiliza lentes, não tem componentes mecânicos, nem pode gerar imagens a partir de curtas fracturas de tempo. No final não restam rostos reconhecíveis. Não é um trabalho para que perdure a memória do retratado, mas para perscrutar o que perdura na sua memória sobre a artista. Então o retrato transforma-se em auto-retrato: uma imagem que dentro de si não tem cá, nem lá.
Valter Ventura.

sexta-feira, maio 21, 2010

VIVER OUTRAS VIDAS


Qual de nós não terá já pensado que gostaria de viver outra vida? Ser uma pessoa diferente, viver noutro país, noutra época, ter outra imagem, outra história, outra vida passada?
Para a maior parte de nós, são apenas fantasias. É verdade que a profissão de psicólogo, psicoterapeuta ou psicanalista faz-nos ter de viver outras vidas, por interposta pessoa. A empatia obriga-nos a pôr-nos na pele da outra pessoa, quase viver por ela algumas coisas. É normal, e talvez mesmo desejável.
Mas há outra forma de viver outras vidas e outras experiências, e essa é até mais antiga: as leituras.
Os livros permitem-nos aceder a inúmeras experiências que o nosso curto (por definição) horizonte temporal nunca permitirá. Muitas e variadas personagens, muitas histórias, muitas aventuras, muitas descobertas. Nem que vivêssemos duzentos anos alguma vez poderíamos ter acesso a essas vivências que os livros que outros escreveram nos permitem.
Com todos esses autores podemos viver tudo aquilo que gostaríamos - ou não, porque também há livros tristes. Mas esses também são importantes, e ajudam-nos a relativizar as nossa experiências.
É tão importante criar hábitos de leitura nas crianças. Experimentem ler-lhes todos dias à noite umas páginas. Verão que eles no dia seguinte querem saber a continuação e com o tempo serão esses próprios a querer ler. E leiam, ou contem-lhes, muitos contos de fadas, muitos. O marvilhoso, que também inclui o assustador, alimenta o imaginário. Não se deixem ir atrás do (estupidamente) politicamente correcto e não tentem proteger os meninos dos sustos e das emoções. É bom que se vão treinando.

quinta-feira, maio 20, 2010

Mitos e Verdades sobre a Memória


MITOS:

1- Lembranças especiais da primeiríssima infância podem ser recuperadas
Sabe-se hoje que memórias de longo prazo sobre episódios específicos só começam a ser formadas por volta dos 3 anos de idade. O hipocampo, que processa essas memórias, ainda é pouco desenvolvido antes dessa idade.

2- Uma bebedeira mata milhares de neurónios
A eventual perda temporária de memória depois de uma noite de excesso de álcool, ocorre porque o álcool prejudica as sinapses e não porque mata neurónios.

3- As células do cérebro não se regeneram
O cérebro de um adulto tem a capacidade de formar novos neurónios, ainda que em pequena quantidade. Este processo é mais comum no hipocampo, responsável pelas memórias de longo prazo.

4- Falhas de memória em idosos são sinal de Alzheimer
É natural que a eficiência da memória diminua com o tempo. A doença de Alzheimer é mais grave porque leva à degeneração do cérebro e torna a pessoa incapaz de realizar tarefas diárias simples.

5- O jogos de computador prejudicam a memória
Os jogos de computador podem ser benéficos para aumentar a capacidade de atenção, fundamental para a memória.

6- Uma vez guardada, uma lembrança nunca muda
Neste aspecto o cérebro é muito plástico, podendo as memórias ser modificadas de várias maneiras por novas experiências.

VERDADES:

1- O estudo intercalado por periodos de descanso ajuda a memorização
Para memorizar uma dada informação, ajuda evocá-la repetidas vezes, a intervalos crescentes (após algumas horas, depois um dia, dias, semanas, meses...).

2- As lembranças são mais facilmente recuperadas por associação
Campeões de memorização associam as informações a palavras-chave ou a imagens conhecidas. Por exemplo, para se lembrar do nome Julieta, pode-se associá-lo á personagem de Shakespeare.

3- Exercício físico é bom para a memória
O volume de massa cinzenta em regiões do cérebro relacionadas à memória aumenta com exercícios aeróbicos.

4- Excesso de informação prejudica a memorização
O bombardeamente de informação a que somos sujeitos diariamente dificulta a atenção e tempo necessários á formação de novas memórias.

5- Dormir tem um papel fundamental na memória
O sono - e os sonhos - tem um papel relevante na consolidação de memórias de longo prazo.

6- A obesidade prejudica a memória
A gordura abdominal eleva os índices de insulina no organismo afectando o funcionamento de determinados receptores no cérebro ligados à memória.

7- Diversão mantém a memória activa
As actividades que exercitam a memória incluem jogos de cartas, xadrez, palavras cruzadas, tocar um instrumento musical, ler e manter uma vida social intensa.


Informação baseada num artigo da revista "Veja".

domingo, maio 16, 2010

"É PROIBIDO PARAR DE PENSAR" ent. com A. Castro Caldas

Recomendo absolutamente a leitura da entrevista que Alexandre Castro Caldas deu ontem ao jornal i e que pode ser lida online em:

http://www.ionline.pt/conteudo/60024-alexandre-castro-caldas-tocar-um-instrumento-e-muito-util

Fala da educação, das crianças, da escola, da aprendizagem, do cérebro, da memória, da música, da socialização, da inteligência, da doença, da morte. Homem de uma imensa sensibilidade e sabedoria, Castro Caldas faz (nos) a ponte entre as neurociências e a vida.

quinta-feira, maio 13, 2010

Vale a pena pensar nisto....

"Não se pode viver de infinitas hipóteses e de escolhas múltiplas, tem que se viver no real com o concreto e as escolhas que fazemos são importantes."

escrito por um conhecido meu

segunda-feira, abril 26, 2010

A ANGÚSTIA DA PAGINA EM BRANCO

Esta extraordinária instalção de vídeo tem o título "A angústia da página em branco". A minha favorita é a das 2 pags. O autor chama-se Ariel Schlesinger.

http://www.todayandtomorrow.net/2010/04/12/the-anguish-of-the-white-page/?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+todayandtomorrow_net+%28today+and+tomorrow%29&utm_content=Twitter

I Jornadas Saúde nas Caldas da Rainha



Já no próximo dia 29 de Abril, nas Caldas da Rainha, no Centro Cultural e de Congressos

Encontros na Sexualidade Feminina - 5 de Maio em Lisboa


Aproveitando a vinda ao nosso país da Professora Doutora Leonore Tiefer, a Comissão de Sexualidade Feminina da Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica (CSF-SPSC), em parceria com a Sociedade Portuguesa de Psicoterapias Construtivistas (SPPC), convida-vos a participar nos Encontros na Sexualidade Feminina que
está a organizar com o objectivo de debater temas chave na área da sexualidade feminina.

A Professora Leonore Tieferé investigadora e terapeuta com muitas obras publicadas internacionalmente e trabalho de activismo pela igualdade de género na área da sexualidade. Actualmente dedica-se também a divulgar a campanha anti-medicalização das dificuldades sexuais femininas em congressos e formações por todo o mundo.
Para mais informação sobre a sua carreira, convidamo-los a visitar a sua página pessoal em: http://leonoretiefer.com/
Para além da palestra de Leonore Tiefer, iremos reunir profissionais que se dedicam a intervir e investigar sobre a sexualidade feminina em diversos contextos. Entre os temas de reflexão que irão ser abordados, destacamos:
Género, educação e sexualidade
A mulher nas relações lésbicas
Contracepção e sexualidade
Sexualidade e doença crónica
As dificuldades sexuais nas palavras das próprias mulheres
Sexualidade na Mulher com VIH

A realização deste encontro sobre sexualidade feminina está agendada para dia 5 de Maio entre as 14 e as 19 horas, na Maternidade Dr. Alfredo da Costa, em Lisboa.

Para mais esclarecimentos, contacte a Comissão Organizadora ou o Secretariado, através do e-mail secretariado.csf@gmail.com

A Comissão Organizadora
Lisa Vicente
Patrícia Pascoal
Sandra Vilarinho
Ana Carvalheira

O secretariado
Ana Beato
Maria Joana Almeida

domingo, abril 25, 2010

DEPRESSÃO E MELANCOLIA

Já me têm perguntado qual a diferença entre depressão e melancolia, e como se pode distinguir uma da outra.
Não é fácil.
A melancolia pode ser vista como uma depressão agravada, em que o sujeito se retrai de tal modo para dentro de si próprio que se desinteressa completamente do mundo e das pessoas à sua volta. A auto-recriminação constante também é um sinal importante, e que muitas vezes não existe na depressão, pelo menos na mais moderada.
Os psiquiatras usam determinados critérios para distinuguir uma da outra, que constam do DSM. Também é importante ter em atenção se há ciclotimia, ou seja, oscilações de humor muito marcadas, com picos de euforia e baixos com carácter mais melancólico.
Julgo que mais importante que distinguir uma da outra é perceber-se que estes estados mais ou menos depressivos podem estar ligados a uma causa determinada (uma morte, uma perda amorosa, uma situação de desemprego, por exemplo) ou se são endógenos, isto é, parecem nascer de dentro da própria pessoa. Se for o caso, o psicoterapeuta ou psicanalista terá de trabalhar com a pessoa  as perdas na infância mais precoce, às vezes "apenas" uma grande desilusão com uma pessoa muito próxima, que deixou uma marca psíquica de perda de afecto, ou do perigo dela, que pode ser reavivada na actualidade. Acontece que  aquilo que pode ter sido apenas uma contrariedade para uma pessoa, pode ter constituído um enorme desgosto para outra. Cada caso é um caso e a mente humana é de facto um abismo.

sexta-feira, abril 23, 2010

FIM DE SEMANA MUSICAL: ASLI GUNGOR



Asli Gungor é uma jovem turca, com uma série de discos editados.

Alienação Parental - Reportagem: Filhos separados do pai

Alienação Parental - Reportagem: Filhos separados do pai

Após o divórcio, a mágoa e o rancor da separação resultam muitas vezes numa guerra das mulheres para privarem o pai dos filhos. O fenómeno chama-se alienação parental e tem como objectivo manipular um filho para odiar o pai.

O expresso de dia 24 vai apresentar uma reportagem sobre alienação parental que, pela amostra do vídeo, é de não perder.

http://aeiou.expresso.pt/reportagem-filhos-separados-do-pai-video=f578196

quarta-feira, abril 21, 2010

AINDA A MELANCOLIA (II)

Na poesia, a melancolia parece ser mais fácil de representar. O primeiro excerto é de um poema de Virgílio Ferreira e o segundo de Mallarmé.

segunda-feira, abril 19, 2010

AINDA A REPRESENTAÇÃO DA MELANCOLIA

Um quadro do Degas, também muito bonito e igualmente intitulado Melancolia, que mãozinha amiga me fez chegar:

domingo, abril 18, 2010

MELANCOLIA

Por causa de uma conferência que tive de preparar, fiz uma busca na net sobre pinturas e poemas que pudessem ilustrar a condição melancólica.
A melancolia (cujo étimo significa em grego bílis negra) é uma doença antiga, e que desde há séculos aparece ligada à criatividade. Aristóteles, entre outros, considerava que havia uma ligação entre esta condição e a do poeta.
Mas a melancolia pode ser uma patologia grave, às vezes até resultando em suicídio. O sujeito, que investiu afectivamente num objecto (pode ter sido uma pessoa, ou mesmo um ideal), incorporou-o e deixou que o objecto se apossasse de parte do seu self. Se o objecto desaparece ou se torna por qualquer razão insatisfatório, dá-se um fenómeno estranho: todo o investimento emocional é retirado do objecto e reflui sobre o prório sujeito, que se odeia e se recrimina constantemente, considerando que nada vale e que é merecedor de todas as desgraças. Verifica-se também um estado de grande apatia e de desinteresse pela vida e pelos outros. O sujeito como que se fecha sobre si próprio.
Embora o quadro de Durer "Melancolia" seja o mais conhecido, eu acho que a pintura com o mesmo título de Edward Munch representa melhor este estado quase psicótico da mente que se detesta a si própria. Ora vejam:
                                      Durer


                                Munch

sábado, abril 17, 2010

NOTHING GOLD CAN STAY (ROBERT FROST)

NOTHING GOLD CAN STAY

Nature's first green is gold,

Her hardest hue to hold.

Her early leaf's a flower;

But only so an hour.

Then leaf subsides to leaf.

So Eden sank to grief,

So dawn goes down to day.

Nothing gold can stay.



Robert Lee Frost

Encontro "TERAPIAS EXPRESSIVAS EM PSICOSSOMÁTICA"


Dr. Carlos Góis
(Psiquiatra e Grupanalista)
20 de Abril - 21h30
Livraria Ler Devagar - LxFactory

segunda-feira, abril 12, 2010

EXCERTO DE UM POEMA DE NATÁLIA CORREIA

Pusemos tanto azul nessa distância
ancorada em incerta claridade
e ficamos nas paredes do vento
a escorrer para tudo o que ele invade.

Pusemos tantas flores nas horas breves
que secam folhas nas árvores dos dedos.
E ficámos cingidos nas estátuas
a morder-nos na carne dum segredo.


Excerto de um poema de Natália Correia (O Livro dos Amantes)

ENGARRAFAMENTOS

Tráfico e engarrafamentos em Lisboa. Pedro M Cruz está a fazer um doutoramento nesta área e conseguiu visualizações espantosas. Ora vejam:


Traffic in Lisbon – emphasis on sluggish areas from Pedro M Cruz on Vimeo.